domingo, 25 de maio de 2008

Ritmo

Hoje creio no mundo
e também na vida que levo
nos sonhos que alimento
Nas casas coloridas
pelos donos insatisfeitos
com as fachadas insípidas
com as cores toscas
na esperança de obter
o insólito resultado
sempre com pouco siso
Nas pessoas distraídas
em seus andares monótonos
pé ante pé,
horizontes anarquizados
em suas linhas indecisas
-porém direcionadas-
Nas crianças divididas
entre aulas e jogatinas
Sua expressão jocosa e
suas atitudes ingênuas
me trazem a lembrança
do tempo de meu pai
quando pipas e gudes
pião e correrias mil
queimavam essa energia
agora morta em ilhas de pedra
em universos distantes
Mas apenas UM olhar atento
me faz ver que ainda há esperança
me faz crer, em cada brilho
em cada olho, em cada gesto
Que a vida se adaptou
e que o ritmo do universo inteiro
se acostumou a nova regra
E assim vivemos
e viveremos
E será bom
pois a vida é a única
que não morre jamais.

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