domingo, 6 de julho de 2008

Beco Vazio

Te segui até aquele beco triste
Pra onde você fugiu àquela noite
Você foi porque era escuro
Era sozinho e insano
Mas na real, era pelo silêncio
Pois era possível ouvir o próprio grito
Saindo de dentro do coração
E quebrando todas as paredes,
Mesmo deixando o concreto intacto
Levava a tua mensagem até ele
E é por isso que me odeio
Pois estou ainda sentado à janela
Esperando meu pombo-correio
Esperando a minha vingança
Contra o meu homônimo maldito
Aquele que afasta de mim a esperança de ti.


Ainda vejo teu olhar triste
Percorrendo as ruas completamente escuras
Suas luzes não te iluminam mais
Suas cores não te encantam mais
E suas pessoas não o interessam, mas
Como seus olhos nunca foram delas
A diferença não é tamanha
O que fica evidente agora
É que aumentou a sensibilidade
Pra notar o teu redor.
Mas precisa crescer mais.


O teu coração canta, clama, grita
E ninguém pode apaziguar
Eu queria poder te acalmar
Te mostrar que quando o rio corre
Ele segue sonhando encontrar o mar
E não importa o que aconteça
Um dia ele encontra a imensidão
E o que era doce, temperou
O que era rio, mareou
O que era inteiro, se quebrou
O que era início, terminou
O que era tela, então pintou
O que era vazio, ocupou
O que era medo, acalmou
E o que era paixão, enfim, amorizou.

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