Senti uma vontade de viajar pelo céu
Ver cada estrela batendo no meu rosto
Com suas caudas flamejantes
Enfrentar a gravidade zero
E, de repente, sentir-me despressurizado
Esmagado, queimado pela alta temperatura
Num passe de mágica, eu estava vivo
E curtia a viagem numa boa
Como se o Universo tivesse dito sim à meu apelo
Agora tenho carta branca pra viajar na Via Láctea
E posso ter todas as minhas certezas:
Que as nuvens são feitas de algodão
E que o colosso que jorrou do seio de Hera
Foi o que tornou nossa galáxia visível nas noites limpas...
E que as estrelas são lindas e grudadas na abóbada celestial
E que o horizonte é um abismo onde o Sol dorme
E onde a Lua se esconde quando a chamam de Nova.
E nesse mesmo céu, antes grande, agora tão pequeno,
Onde quer que eu olhe, eu vejo o teu olhar,
A me fitar, e isso me dói, porque não consigo te achar
Em lugar nenhum, onde quer que eu vá.
Eu quero te achar, e minha maior frustração de viver
É viver sob o teu olhar e saber que talvez eu nunca te veja
Nunca como eu queria ver.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
domingo, 13 de julho de 2008
Abrindo minha cabeça sobre o chão da sala
Hoje eu vou à guerra lutar contra o exército de meus eu's
E essa será a mais justa das batalhas que já travei
Pois tudo que vai acontecer, já está previsto que em meu fim
Só se difere de mim mesmo no quesito "quem eu era e quem eu sou"
Eu nunca termino com finais felizes, mas nunca termino derrotado
O poder de decidir o cargo que ocupo é meu o tempo todo
E sou justo comigo mesmo e mando sempre em mim mesmo
E nunca me deixo ser mandado, nem por "mim-self"
Quero apagar as minhas marcar, as minhas memórias
Destruir toda prova de que já estive por essas estradas
Não me importar com a mais sublime coisa que voar diante de mim
Acabar com todo o sofrimento dos diversos eu's adormecidos, em coma
Retirar a menor esperança de que ainda há a sorte, no tentar
Abrir uma enorme fenda na minha cabeça e, com um fórceps
Arrancar cada um de mim. Um por um. Até que não restem nenhum deles.
Agora, que está tudo caoticamente espalhado pelo chão rúbio
Posso começar a escolher o que de melhor há nessas peças
E começar a montar uma nova traquitana pensante móvel
E ainda podendo pegar as raridades do ambiente,
Quem sabe aquela raiz exposta na calçada do passeio
Ou aquela criança chorona que passeia na rua todas as tardes
E o caminhão de coleta que passa às 22:30h, e sempre me acorda
E também um ladrão, uma prostituta, a minha tia chata,
E ainda uma velha fofoqueira da vizinhança
Talvez assim eu possa deitar em meu travesseiro arranjado
E acordar pensando em fazer alguém me amar
E essa será a mais justa das batalhas que já travei
Pois tudo que vai acontecer, já está previsto que em meu fim
Só se difere de mim mesmo no quesito "quem eu era e quem eu sou"
Eu nunca termino com finais felizes, mas nunca termino derrotado
O poder de decidir o cargo que ocupo é meu o tempo todo
E sou justo comigo mesmo e mando sempre em mim mesmo
E nunca me deixo ser mandado, nem por "mim-self"
Quero apagar as minhas marcar, as minhas memórias
Destruir toda prova de que já estive por essas estradas
Não me importar com a mais sublime coisa que voar diante de mim
Acabar com todo o sofrimento dos diversos eu's adormecidos, em coma
Retirar a menor esperança de que ainda há a sorte, no tentar
Abrir uma enorme fenda na minha cabeça e, com um fórceps
Arrancar cada um de mim. Um por um. Até que não restem nenhum deles.
Agora, que está tudo caoticamente espalhado pelo chão rúbio
Posso começar a escolher o que de melhor há nessas peças
E começar a montar uma nova traquitana pensante móvel
E ainda podendo pegar as raridades do ambiente,
Quem sabe aquela raiz exposta na calçada do passeio
Ou aquela criança chorona que passeia na rua todas as tardes
E o caminhão de coleta que passa às 22:30h, e sempre me acorda
E também um ladrão, uma prostituta, a minha tia chata,
E ainda uma velha fofoqueira da vizinhança
Talvez assim eu possa deitar em meu travesseiro arranjado
E acordar pensando em fazer alguém me amar
domingo, 6 de julho de 2008
Beco Vazio
Te segui até aquele beco triste
Pra onde você fugiu àquela noite
Você foi porque era escuro
Era sozinho e insano
Mas na real, era pelo silêncio
Pois era possível ouvir o próprio grito
Saindo de dentro do coração
E quebrando todas as paredes,
Mesmo deixando o concreto intacto
Levava a tua mensagem até ele
E é por isso que me odeio
Pois estou ainda sentado à janela
Esperando meu pombo-correio
Esperando a minha vingança
Contra o meu homônimo maldito
Aquele que afasta de mim a esperança de ti.
Pra onde você fugiu àquela noite
Você foi porque era escuro
Era sozinho e insano
Mas na real, era pelo silêncio
Pois era possível ouvir o próprio grito
Saindo de dentro do coração
E quebrando todas as paredes,
Mesmo deixando o concreto intacto
Levava a tua mensagem até ele
E é por isso que me odeio
Pois estou ainda sentado à janela
Esperando meu pombo-correio
Esperando a minha vingança
Contra o meu homônimo maldito
Aquele que afasta de mim a esperança de ti.
Ainda vejo teu olhar triste
Percorrendo as ruas completamente escuras
Suas luzes não te iluminam mais
Suas cores não te encantam mais
E suas pessoas não o interessam, mas
Como seus olhos nunca foram delas
A diferença não é tamanha
O que fica evidente agora
É que aumentou a sensibilidade
Pra notar o teu redor.
Mas precisa crescer mais.
Percorrendo as ruas completamente escuras
Suas luzes não te iluminam mais
Suas cores não te encantam mais
E suas pessoas não o interessam, mas
Como seus olhos nunca foram delas
A diferença não é tamanha
O que fica evidente agora
É que aumentou a sensibilidade
Pra notar o teu redor.
Mas precisa crescer mais.
O teu coração canta, clama, grita
E ninguém pode apaziguar
Eu queria poder te acalmar
Te mostrar que quando o rio corre
Ele segue sonhando encontrar o mar
E não importa o que aconteça
Um dia ele encontra a imensidão
E o que era doce, temperou
O que era rio, mareou
O que era inteiro, se quebrou
O que era início, terminou
O que era tela, então pintou
O que era vazio, ocupou
O que era medo, acalmou
E o que era paixão, enfim, amorizou.
E ninguém pode apaziguar
Eu queria poder te acalmar
Te mostrar que quando o rio corre
Ele segue sonhando encontrar o mar
E não importa o que aconteça
Um dia ele encontra a imensidão
E o que era doce, temperou
O que era rio, mareou
O que era inteiro, se quebrou
O que era início, terminou
O que era tela, então pintou
O que era vazio, ocupou
O que era medo, acalmou
E o que era paixão, enfim, amorizou.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Aos meus amigos (Autor Desconhecido)
Hoje, ao atender ao telefone que insistentemente tocava, o meu mundo desabou.
Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que o meu melhor amigo, meu companheiro de jornada, meu ombro camarada, havia sofrido um grave acidente, vindo a falecer quase que instantaneamente.
Lembro de ter desligado o telefone e caminhado a passos lentos para meu quarto, meu refúgio particular. As imagens de minha juventude vieram quase que instantaneamente à mente. A faculdade, as bebedeiras, as conversas em bares até altas horas da noite, os amores não correspondidos, as confidências ao pé do ouvido, as colas, a cumplicidade, os sorrisos.
AH!... Os sorrisos.
Como eram fáceis de surgir naquela época. Lembrei da formatura, de um novo horizonte surgindo... das lágrimas e despedidas, e principalmente das promessas de novos encontros. Lembro perfeitamente de cada feição do melhor amigo que já tive em toda a vida: Em seus olhos a promessa de que eu nunca seria esquecido.
E realmente, nunca fui.
Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente me ligava quando eu estava no fundo do poço, e eu nunca respondi os e-mails que ele constantemente me enviava, enchendo minha caixa postal eletrônica de esperanças e promessas de um futuro melhor. Lembro que foi o seu rosto preocupado que vi quando acordei de minha cirurgia para retirada do apêndice. Lembro que foi em seu ombro que chorei a perda de meu amado pai. Foi em seu ouvido que derramei as lamentações do noivado desfeito.
Apesar do esforço para vasculhar minha mente, não consegui me lembrar de uma só vez em que tenha pegado o telefone para ligar e dizer a ele o quanto era importante para eu contar com a sua amizade. Afinal, eu era um homem muito ocupado. Eu não tinha tempo. Não lembro de uma só vez em que me preocupei de procurar um texto edificante e enviar para ele, ou qualquer outro amigo, com o intuito de tornar o seu dia melhor. Eu não tinha tempo. Não lembro de ter tido um único dia em que eu estivesse disposto a ouvir os seus problemas. Eu não tinha tempo.
Acho que eu nunca sequer imaginei que ele tinha problemas.
Não me dignei a reparar que constantemente meu amigo passava da conta na bebida. Achava divertido o seu jeito bêbado de ser. Afinal, bêbado ou não ele era uma ótima companhia para mim.
Só agora vejo com clareza o meu egoísmo.
Se eu tivesse saído de meu pedestal egocêntrico e prestado um pouco de atenção e despendido de um pouquinho do meu sagrado tempo, meu grande amigo não teria bebido até não aguentar mais e não teria jogado sua vida fora ao perder o controle de um carro que com certeza, não tinha a mínima condição de dirigir. Talvez ele, que sempre inundou o meu mundo com sua iluminada presença, estivesse se sentindo sozinho. Até mesmo as mensagens engraçadas que ele constantemente deixava em minha secretária eletrônica, poderiam ser eu jeito de pedir ajuda. Aquelas mesmas mensagens que simplesmente apaguei da secretária eletrônica, jamais se apagarão da minha consciência.
Estas indagações que inundam agora o meu ser nunca mais terão resposta.
A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.
Agora lentamente escolho uma roupa preta, digna do meu estado de espírito e pego o telefone. Aviso o meu chefe de que não irei trabalhar hoje e quem sabe nem amanha, nem depois, pois irei tirar o dia para homenagear com meu pranto a uma das pessoas que mais amei nesta vida.
...
Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo, entre lágrimas e remorsos, de que para isto, para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida... EU TIVE TEMPO! Descobri que se você não toma as rédeas da tua vida, o tempo te engole e te escraviza. Trabalho com o mesmo afinco de sempre, mas somente sou "o profissional" durante o expediente normal. Fora dele, sou um ser humano. Nunca mais uma mensagem da minha secretária eletrônica ficou sem pelo menos um "oi" de retorno. Procuro constantemente encher a caixa eletrônica dos meus amigos com mensagens de amizade e de dias melhores, e dizer às pessoas como elas são importantes para mim. Abraço constantemente meus irmãos e minha família, pois os laços que nos unem são eternos. Esses momentos costumam desaparecer com o tempo, e todo o cuidado é pouco. Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam, afinal, para que guardá-los? Enfim... Deixo sempre alguém feliz... hoje e sempre!
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